
O que podemos aprender com Divertida Mente 2?
[SPOILER ALERT]
Em Divertida Mente 2, acompanhamos a personagem Riley passar pelos desafios da puberdade, e também fomos apresentados a novas emoções.
A trama se desenrola a partir do conflito entre a Alegria e a Ansiedade, que decide reprimir todas as emoções que conhecemos no primeiro filme.
Ao assumir o comando, a Ansiedade muda uma pequena árvore chamada “senso de si”, que foi criada a partir de todas as crenças que a personagem adquiriu de si mesma.
Acompanhamos as emoções tentando recuperar o “senso de si” da Riley, e voltar para a sala de controle.
Enquanto isso, Riley passa por várias mudanças, ela sente que precisa dar certo no hóquei e fazer novos amigos para não ficar sozinha.
A Ansiedade quer preparar a personagem para o futuro, quer tomar todas as decisões certas, e por isso, pensa constantemente em todas que podem dar errado.
O evento decisivo é um jogo que servirá como um teste para Riley ser aprovada no time do ensino médio de hóquei. Não conseguir entrar seria para a emoção da Ansiedade, “o fim da vida de Riley”.
Por conta dessa preocupação, a personagem sofre muitas consequências, fica cega pela aprovação.
E em quantos momentos nós também não nos sentimos assim? quantas vezes não fomos dominados por uma emoção que nos levou a pensar que se não concluíssemos um determinado objetivo, não seríamos dignos de amor e ficaríamos sozinhos?
É por isso, que ao receber uma falta no jogo, Riley tem uma crise de ansiedade, ela sente o aperto no peito, a falta de ar, perde o controle do corpo, assim como a emoção da ansiedade na sala de controle.
Nesses minutos, que parecem infinitos para quem passa por uma crise, a Alegria consegue retornar a sala de controle com o senso de si da Riley, e tenta impedir a Ansiedade, que finalmente desiste dizendo: “Alegria, você tinha razão, não podemos mudar quem ela é”.
Pra chegar até ali, a Alegria teve que usar todas as memórias “ruins” que ela havia descartado da Riley todos esses anos.
O “senso de si” que ela carregava nos braços já não brilhava tanto.
Assim como a ansiedade não define a Riley, ter apenas memórias felizes também não.
Carl Jung escreveu certa vez: “Mesmo uma vida feliz não pode existir sem a comparação com a escuridão, a palavra ‘feliz’ perderia o sentido”.
Aprendemos, mais uma vez, que o importante é que nossas emoções estejam em equilíbrio, elas só se tornam negativas quando elas moldam todas as nossas percepções, por isso não podemos e nem devemos tentar extingui-las.
Porque assim como o “senso de si” da Riley ao final do filme, somos feitos de defeitos e qualidades, de experiências boas e ruins.
Se abraçarmos todas as nossas emoções, elas nos abraçarão de volta.
No primeiro filme, a Riley recebeu o abraço que precisava. Em Divertida Mente 2, ela aprendeu a se abraçar. Esse é o poder da autocompaixão ♥️
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